24 de abril de 2011

Conhecendo meu lado real da equação.


O mundo que passa pelos meus óculos escuros, não é o mesmo que penetra meu castanho dos olhos e envenena minha cabeça. Tudo que há em mim é novo demais pra respirar a tragédia e a hipocrisia soltas no ar. Nunca me achei diferente dos outros, mas sempre soube que via as coisas de maneira diferente. Alias, todos vêem, não é?

Conheço várias pessoas que são assim como eu, vêem coisas brilhantes onde não tem, andam por aí sozinhas como se estivessem em um filme... Estar num lugar colorido, com vento frio e um sol jovem, clareando os fios do cabelo, é o melhor que podia acontecer. Parece que o os outros não estão coordenados comigo. Ou sou eu que não estou coordenada com o mundo? O que eu sei, é que sempre achei chato ficar ouvindo as pessoas falando de gente que já morreu. Nunca gostei de assistir o jornal da tv comentando sobre as tragédias da vida. O dia-a-dia já não é fácil, porque eu gostaria de ouvir mais absurdos pra ficar pior? Isso não me dá esperança.

As vezes é bem difícil não perder a fé na humanidade. Mas, não sei, acho que se eu não tiver fé no mundo em que vivo, porque mesmo estou presente nele? Preenchendo um espaço? Talvez sim. Mas se for pra ser um nada comparado ao tamanho do mundo, então eu vou me preocupar em ser feliz. Porque enquanto todos estão envelhecendo, se cansando, trabalhando e permanecendo vivo ao meu redor, eu quero ter o gosto de sentir que estou de fato vivendo. Brigando com quem eu amo pra fazer as pazes depois e rir. Me emocionando com as mesmas coisas de sempre, amando me sentir dispersa assistindo em filmes um mundo que não existe, mas que eu não me canso de sonhar com ele e guardar cada pedacinho mágico na minha cabeça pra lembrar antes de dormir. Porque quando eu estiver sozinha, jamais irei me sentir vazia. Quero brotar sorrisos, ensinar as pessoas a dançarem ridiculamente, fazer alguem sentir amor, fazer uma vida, talvez sim, talvez não. Não ter planos.

Podem achar o que quiser de mim por eu sempre desejar o que não existe, eu não ligo! Desejar o que já existe é muito fácil, é muito esperado, óbvio. E até chato. Se coisas horríveis, inimagináveis, acontecem o tempo inteiro no mundo, porque algo de bom para mim, será impossível?
Eu posso me odiar as vezes, mas amo de todo meu ser esse meu lado sonhador, infantil, inocente, brilhante... E no dia que eu perder isso, Deus, me leve. Pois já não vou servir para mais nada na terra, nem ao menos para ser feliz ou fazer alguém feliz. Posso até viver menos, mas tenho certeza que a minha vida, será de fato, fantástica!